Em cada esquina do mundo empresarial, a palavra “comunicação” ecoa com uma força inquestionável. Em reuniões de negócios, workshops, ou mesmo nas conversas informais entre empreendedores, o tema surge como uma constante, reafirmando o seu papel vital no tecido do sucesso.
No entanto, nem sempre foi assim. Houve um tempo em que a comunicação era tratada como um detalhe menor, algo que podia ser aprimorado ao longo do percurso, mas nunca como um dos alicerces de uma empresa sólida. Hoje, essa visão arcaica é desafiada por líderes como Isabel Cumbi e Nelson Muzila, que nos convidam a repensar a comunicação como a verdadeira alma do empreendedorismo.
A empreendera Isabel Cumbi conhece bem as armadilhas de uma comunicação falhada. Observa que muitos empreendedores tropeçam, não pela falta de boas ideias, mas pela inabilidade de expressá-las de forma que ressoe com o público-alvo.
“A comunicação”, diz Cumbi, "é essencial na tomada e partilha de decisões, tanto no âmbito comunitário quanto no empreendedorismo”. As suas palavras não são apenas um conselho, mas um alerta urgente: comunicar-se não é simplesmente falar, é adaptar-se, ouvir e compreender o outro. É, como enfatiza, estudar o público-alvo e escolher a linguagem que melhor o atinge. Uma linguagem que não só informa, mas que também inspira.
Enquanto isso, do lado criativo do espectro empreendedor, Nelson Muzila, fundador da marca Maduro Clothing, explora a comunicação como uma ferramenta estratégica para se destacar num mercado saturado. Para Muzila, a comunicação vai além de vender um produto, trata-se de criar uma experiência, de construir uma marca que não só fale ao consumidor, mas que o faça sentir algo profundo.
“Quem pode empreender?” pergunta, como que provocando a todos nós a refletir sobre o que realmente significa ser empreendedor. A resposta, sugere, não está apenas nas habilidades técnicas ou no conhecimento acumulado, mas na capacidade de comunicar clara e eficazmente. “Quanto mais um empreendedor investe em capacitação", reflecte Muzila, "mais valor agrega ao seu produto”, considerou.
A emoção, como Muzila sabiamente aponta, é o que realmente vende. Não importa quão funcional ou bem-feito seja um produto, se não evocar um sentimento, se não criar uma conexão emocional, ele será apenas mais um item nas prateleiras. "O valor", ele afirma, "é o que realmente importa na criação de um produto." E esse valor começa na comunicação, na forma como o empreendedor apresenta a sua ideia ao mundo.
No final, tanto Cumbi quanto Muzila nos ensinam que a comunicação no empreendedorismo não é apenas um acessório opcional; é o fio condutor que liga todos os elementos de um negócio bem-sucedido. Ela transforma ideias em realidade, produtos em experiências, e conversas em relações duradouras. No jogo do empreendedorismo, comunicar-se bem não é apenas uma vantagem – é a própria chave para o sucesso. E essa chave está disponível para todos que desejam não apenas sobreviver, mas prosperar num mundo onde a inovação e a liderança são moldadas pelas palavras que escolhemos e pelas histórias que contamos.
(Por Rafael Langa)