Programa liberta raparigas de uniões prematuras

Foto: UNICEF

Moçambique está entre os dez países com os maiores índices de uniões prematuras no mundo, especialmente nas zonas remotas da região norte.
Esta informação foi divulgada pelo Programa Global para a Eliminação de Uniões Prematuras (GPECM), do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O programa, realizado em duas fases, abrangeu seis distritos das províncias de Nampula e Zambézia, alcançando cerca de 12 mil raparigas em cada etapa.
Para mitigar os contínuos casos de uniões prematuras, foi recentemente lançada em Maputo a terceira fase do GPECM, que será expandida para Cabo Delgado, uma província que enfrenta ataques terroristas, resultando em violações contra raparigas.
O financiamento desta etapa será de mais de sete milhões de dólares (cerca de 445 milhões de meticais), provenientes de países como Suécia, Estados Unidos da América, Canadá, Itália e Bélgica. Com este apoio, o Governo pretende eliminar as uniões prematuras até 2030.
Segundo Angélica Magaia, directora nacional da criança, para alcançar resultados positivos, é crucial que as práticas enraizadas nas famílias sejam transformadas, assegurando uma mudança de atitude permanente.
Destacou ainda que em Nampula e Zambézia, o GPECM reforçou a disseminação de informações sobre os malefícios das uniões prematuras.
Com a aprovação da Lei de Prevenção e Combate às Uniões Prematuras, disse, o país conseguiu criminalizar estas uniões e estruturar melhor os serviços de assistência às vítimas.
Já o secretário permanente do Ministério do Género, Criança e Ação Social, Paulo Beirão, apelou para uma maior divulgação das leis de protecção à criança e à priorização do livre acesso aos serviços básicos.
O programa oferece às raparigas em risco de uniões prematuras a oportunidade de escolher e dirigir seu próprio destino, promovendo a sua autonomia e bem-estar.

(Por Joana Mawai)