Farmacêuticos anseiam por uma ordem que os defenda

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O Dia Mundial do Farmacêutico, 25 de Setembro, muitas vezes ignorado ou mesmo esquecido, foi marcado por uma proposta ousada e urgente: a criação de uma ordem profissional que defenda os interesses dos farmacêuticos moçambicanos.

A proposta surge numa celebração que teve como lema "Farmacêutico, atendendo às necessidades globais de saúde" e que revelou os desafios e o papel crucial desses profissionais na saúde pública.

A ideia de criar uma ordem profissional não é apenas uma busca por reconhecimento, mas um compromisso com a excelência. Este dia marcou a urgência de se reconhecer e valorizar o papel dos farmacêuticos na sociedade, que vai muito além da entrega de medicamentos.

Eles são guardiões da saúde pública, cuja responsabilidade é preservar vidas com conhecimento, ética e coragem, conforme destacou Artur Nhanengue, director do Departamento Farmacêutico do Hospital Central de Maputo (HCM). Enfatizou ainda que a proposta visa organizar e regular a profissão de forma mais eficaz, promovendo a ética e qualidade no exercício das actividades farmacêuticas.

A criação de uma ordem profissional surge como um passo positivo para garantir o reconhecimento e valorização de uma classe que trabalha incessantemente para garantir que os moçambicanos tenham acesso a medicamentos seguros e serviços de saúde de qualidade. A criação de uma ordem seria um passo decisivo para uma profissão que, silenciosamente, sustenta a saúde de milhões.

Um dos pontos mais críticos levantados foi o desvio de medicamentos do Serviço Nacional de Saúde para o mercado paralelo, um problema que coloca em risco a saúde pública e mina a credibilidade do sector. Profissionais apelaram à colaboração entre as autoridades e a população para combater essa prática ilegal, que ainda persiste.

Contudo, o desejo de maior autonomia e regulamentação dentro da classe motivou a proposta de criação de uma ordem profissional. Para os farmacêuticos, essa medida não só traria organização e respeito à profissão, mas também fortaleceria o combate ao comércio ilegal de medicamentos, protegendo directamente a saúde pública e garantindo a ética e qualidade nos serviços prestados.

(Por Rafael Langa)