O estado das mulheres em Moçambique é de medo e insegurança, conforme aponta um relatório do Observador das Mulheres, uma organização da sociedade civil de promoção feminina.
O Informe Anual do Estado das Mulheres em Moçambique 2023 destaca que esse cenário precisa ser superado e enfatiza a necessidade de acções concretas e integradas por diversos actores sociais.
O relatório analisa a situação das mulheres no país, examinando aspectos cruciais como participação política, segurança, economia, saúde, educação, sistema penitenciário, desporto, mudanças climáticas e media.
Refere haver disparidade de oportunidades de emprego entre homens e mulheres. As mulheres enfrentam maiores desafios para ingressar no mercado de trabalho e, quando conseguem, geralmente ocupam cargos menos privilegiados e são remuneradas de forma desigual em comparação aos homens.
Além disso, o documento aborda a participação política das mulheres, revelando uma sub-representação significativa em cargos de alta direcção e funções governamentais. Isso indica a necessidade urgente de criação de políticas públicas eficazes que promovam a igualdade de género e incentivem a participação feminina em todos os níveis de decisão.
Outros pontos críticos abordados são as violências baseada no género, doméstica e sexual. O relatório revela que as mulheres são as principais vítimas. Este cenário alarmante reforça a urgência de medidas mais rigorosas para proteger as mulheres e punir os agressores.
O sistema penitenciário também é analisado, evidenciando condições desfavoráveis que afetam desproporcionalmente as mulheres encarceradas. Não ficam de fora as áreas da saúde e da educação. As mulheres ainda enfrentam dificuldades no acesso a cuidados de saúde de qualidade e oportunidades educacionais, o que impacta negativamente suas vidas e perspectivas futuras.
O relatório destaca igualmente que as mulheres são frequentemente excluídas de actividades desportivas e são desproporcionalmente afectadas pelos impactos das mudanças climáticas, necessitando de maior apoio e inclusão em políticas ambientais. Além disso, ressalta a necessidade de os meios de comunicação promoverem uma imagem mais equilibrada e justa das mulheres na sociedade.
(Por Renaldo Manhice)