Moçambique avança na conservação marinha

Foto: Renaldo Manhice


Moçambique deu um passo significativo na preservação dos ecossistemas marinhos ao validar uma nova métrica para avaliar a condição ecológica das ervas marinhas.

A iniciativa foi promovida pelo Programa COMBO+, fruto da parceria entre a Wildlife Conservation Society (WCS), a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (Biofund) e o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, por meio da Direção Nacional do Ambiente (DINAB).

O desenvolvimento dessa métrica representa um avanço na conciliação entre crescimento económico e protecção da biodiversidade, alinhando-se à hierarquia de mitigação de impactos ambientais e à nova Directiva sobre os Contrabalanços da Biodiversidade (Diploma Ministerial No. 55/2022 de 19 de Maio). Com isso, torna-se a quarta ferramenta nacional voltada ao monitoramento ecológico dos ecossistemas.

A validação do instrumento ocorreu em um workshop híbrido realizado na semana do Dia Mundial das Ervas Marinhas, reunindo 42 participantes de diferentes áreas, como biólogos marinhos, pesquisadores, docentes universitários, consultores ambientais e gestores de projectos. Célia Macamo, consultora e docente da Universidade Eduardo Mondlane, e Manuela Amone, pesquisadora de pós-doutorado na Nelson Mandela University, na África do Sul, lideraram a apresentação da métrica.

A iniciativa reforça a relevância da pesquisa científica e da cooperação entre instituições na busca por soluções ambientais eficazes. As ervas marinhas desempenham um papel crucial na resiliência climática, armazenando carbono, protegendo as zonas costeiras por meio da estabilização dos sedimentos e servindo de habitat essencial para diversas espécies marinhas.

Ao implementar essa métrica, Moçambique fortalece sua posição entre os países que aliam desenvolvimento sustentável à conservação ambiental, garantindo a protecção desses ecossistemas para as futuras gerações. O projecto contou com o apoio financeiro do Governo da Suécia, por meio do Programa de Conservação da Biodiversidade, e do Banco Mundial, através do Projecto MozBio 2, concluído em Dezembro de 2024.

(Por Renaldo Manhice)