O músico moçambicano Deodato Siquir, nascido em 1975 em Maputo, destaca-se como uma figura proeminente na cena cultural escandinava e, recentemente, foi agraciado com o título de Artista do Ano 2024 pela iniciativa dinamarquesa "Salaam Film & Dialog", um projecto que, há duas décadas, promove a diversidade cultural entre crianças e jovens na Dinamarca através de cinema, diálogo e música.
Com raízes profundas na cultura moçambicana, Siquir tem sido um defensor incansável da música, dança e instrumentos tradicionais de Moçambique, levando essa riqueza cultural às escolas dinamarquesas.
Este trabalho não só o destacou como o primeiro artista da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a receber tal reconhecimento, mas também solidificou os laços culturais entre Moçambique e Dinamarca, inspirando novas gerações a valorizar e preservar as tradições locais.
A sua jornada musical começou em Maputo, onde, ainda criança, se iniciou na música tocando numa bateria improvisada e juntou-se à sua primeira banda, Escolinha Vamos Brincar.
Entre 1990 e 2000, Siquir trabalhou com vários artistas como Jasde, Stewart Sukuma e Jaguar Mondlane. No virar do milénio, contribuiu para o álbum “Mozambique Relief”, um projeto colaborativo entre músicos finlandeses e moçambicanos que arrecadou fundos para as vítimas das cheias de 2000.
Após mudar-se para a Escandinávia em 2001, Siquir expandiu a sua carreira, tornando-se uma figura central no jazz e no world music. Os seus álbuns “Balanço” (2007) e “Mutema” (2011) foram aclamados internacionalmente, destacando suas habilidades percussivas e vocais. Conquistaram um lugar no Top Ten da World Music Europe. Em 2008, recebeu o Prémio Ngoma Moçambique como Artista Revelação.
(Por Lucas Muaga)