A Coreia do Sul está a dar um passo pioneiro ao integrar a Inteligência Artificial (IA) nos manuais digitais do ensino básico, tornando-se o primeiro país a adoptar esta tecnologia de forma tão ampla.
A medida será implementada nos próximos meses, começando pelos alunos dos 3.º, 4.º, 7.º e 10.º anos, nas disciplinas de matemática, inglês, tecnologia e coreano, com foco também na educação especial. A expansão do projecto continuará progressiva até 2028, abrangendo outras disciplinas como a história e ciências.
Para viabilizar o projecto, o governo sul-coreano investiu cerca de 70 milhões de dólares na modernização da infra-estrutura digital, na formação de professores e no desenvolvimento de novos materiais educativos.
A estratégia segue o conceito "High-Tech, High-Touch" (Alta Tecnologia, Alto Contacto Humano), que procura utilizar a IA como uma ferramenta de apoio ao ensino, permitindo aos professores concentrarem-se no desenvolvimento do pensamento crítico e da criatividade dos alunos.
Embora inovadora, a iniciativa gerou controvérsia. Pais e especialistas levantam preocupações sobre a privacidade dos dados dos alunos e os possíveis impactos da digitalização no desenvolvimento cognitivo das crianças. Em resposta, o Ministério da Educação sul-coreano assegura que serão adoptadas medidas rigorosas para garantir a segurança na implementação da tecnologia.
Com esta aposta, a Coreia do Sul procura não só melhorar a aprendizagem personalizada, mas também aliviar a pressão do seu sistema educativo altamente competitivo. Nos próximos anos, a evolução desta transformação será crucial para avaliar os impactos da IA na educação global e o seu potencial para moldar o futuro do ensino em todo o mundo.
(Por Rafael Langa)
