
O preservativo continua uma ferramenta fundamental na prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (IST) e das gravidezes indesejadas. No entanto, enquanto o uso masculino tem apresentado um crescimento, a adesão entre as mulheres tem diminuído, alerta Avisa Faquir, gestora do Programa do Conselho Provincial de Combate ao HIV e SIDA da cidade de Maputo (CPCS).
A redução do uso do preservativo entre as mulheres é preocupante, uma vez que aumenta a vulnerabilidade a várias infecções, incluindo o HIV.
"É fundamental reforçar a sensibilização e garantir o acesso à proteção para todos", afirma a especialista.
Para mitigar esta tendência, Faquir defende a adopção de estratégias como campanhas educativas dirigidas ao público-alvo, bem como uma maior disponibilidade de preservativos nos serviços de saúde.
"É necessário que os grupos-alvo sejam frequentemente alcançados com mensagens claras e eficazes, baseadas numa abordagem centrada nas pessoas e na investigação junto dos consumidores", sugere.
Realça ainda a importância de intensificar as palestras e acções comunitárias para chegar aos diferentes grupos sociais, combatendo mitos e barreiras culturais que dificultam a aceitação do preservativo.
A especialista sublinha ainda a necessidade de programas que incentivem o diálogo aberto sobre a saúde sexual. "É necessário promover a autonomia das mulheres na escolha da proteção, garantindo o acesso a métodos eficazes e a informação clara", afirma.
A inversão deste cenário depende de um esforço conjunto entre as autoridades de saúde, a sociedade civil e as campanhas de sensibilização.
"O uso do preservativo deve ser encarado como um compromisso partilhado por todos, garantindo uma saúde sexual segura e responsável", conclui.
(Por Rafael Langa)