Shila de Morais: um retorno triunfal da diáspora 

Foto: Shila de Morais

Nos últimos anos, Moçambique tem sido palco de um movimento inspirador, marcado pelo retorno de cidadãos que, após experiências no exterior, utilizam os seus conhecimentos para promover o desenvolvimento local.

Um exemplo notável é Shila de Morais, arquitecta e urbanista que se destaca na transformação do planeamento urbano no país.

Sheila de Morais é graduada em Arquitetura e Urbanismo e com um mestrado em Planeamento Urbano e Regional pela Iowa State University, conquistado por meio do programa de bolsas de estudo Fulbright Foreign Student em 2019, oferecida pelo governo dos EUA, ilustra como a educação internacional pode ser um catalisador para o progresso local. 

Durante a sua formação nos Estados Unidos, aprofundou a sua compreensão sobre as complexas questões do desenvolvimento urbano, habitação e sustentabilidade ambiental. 

“O meu desejo de seguir o Planeamento Urbano e Regional no meu mestrado surgiu ao longo da minha carreira como arquitecta, como um veículo de responder as questões pertinentes em torno da habitação e politicas construídas para fornecer seu acesso às populações mais vulneráveis. O conhecimento adquirido no programa URP ampliou minhas perspectivas por meio de uma lente social, económica e ambiental, encorajando-me a seguir caminhos que promovam a segurança de um planeta saudável para as gerações futuras”, afirmou.

De volta a Moçambique, Shila assume o papel de Gestora de Projetos no UN-Habitat, onde lidera iniciativas focadas em políticas urbanas sustentáveis e na melhoria da mobilidade nas comunidades de Maputo. A sua abordagem é centrada na participação comunitária, garantindo que grupos frequentemente marginalizados, como mulheres, crianças e idosos, tenham voz nas decisões que moldam o futuro da cidade. Esse trabalho é crucial para construir cidades mais inclusivas e sustentáveis.

Além das suas funções técnicas, Shila de Morais dedica-se a mentorar jovens profissionais, partilhando suas experiências e incentivando-os a aplicar os seus conhecimentos de maneira estratégica para gerar impactos positivos nas comunidades. É um exemplo de como a educação e o intercâmbio cultural podem moldar líderes que trazem mudanças significativas nas suas localidades.

Histórias como a de Shila destacam como o investimento em educação e oportunidades internacionais pode gerar líderes comprometidos com o desenvolvimento local. Moçambicanos que retornam ao país trazem novas abordagens e perspectivas que enriquecem diversos sectores, contribuindo para um Moçambique mais próspero e inovador. Essas experiências, frequentemente impulsionadas por bolsas de estudo e programas de intercâmbio, revelam o potencial transformador que se concretiza quando o conhecimento global é aplicado ao contexto local.

(Por Renaldo Manhice)