Num momento crucial para a saúde pública em Moçambique, o Instituto Nacional de Saúde (INS) lidera uma reunião de especialistas em Maputo com o objectivo de afinar as estratégias para enfrentar as ameaças crescentes da influenza e de outros patógenos respiratórios.
Durante quatro dias intensos, profissionais de diversas áreas da saúde pública e laboratorial reúnem-se para discutir a preparação e a resposta a potenciais epidemias e pandemias.
Com o foco em reforçar o sistema de vigilância de infecções respiratórias agudas (IRAs) e garantir que o país esteja pronto para enfrentar qualquer crise de saúde respiratória que possa surgir, desde a gripe comum até vírus mais mortais.
Denise Langa, chefe da Repartição de Vigilância em Saúde no INS, não hesitou em expor os desafios actuais: "Precisamos de uma geração contínua de informação robusta, oportuna e completa para monitorar e reagir a essas ameaças", disse.
O coordenador da vigilância das IRAs, Almiro Tivane, destacou a importância da abordagem tripartida: laboratórios, epidemiologia e saúde pública. Segundo ele, os laboratórios são a primeira linha de defesa na identificação de vírus e variantes com potencial pandémico. Já a epidemiologia monitora tendências e sazonalidade das doenças, ajudando a identificar os grupos mais vulneráveis à doença grave. Mas é a saúde pública que dá o toque final, fornecendo os dados necessários para mensurar o impacto das IRAs na população. É essa informação que permitirá ao Ministério da Saúde e seus parceiros ajustar suas intervenções de forma eficaz.
A reunião anual está dividida em três frentes principais: a estratégica, onde são analisados avanços e desafios, além da sustentabilidade da vigilância; a operacional, voltada para a revisão de procedimentos técnicos; e, por fim, um treino de refrescamento, garantindo que todos os envolvidos estejam actualizados com as ferramentas e métodos de monitoramento.
Com a plataforma de vigilância-sentinela das IRAs, introduzida em 2013 e usada de forma exemplar durante a pandemia de Covid-19, Moçambique se destaca por sua resposta ágil. Continua a investir na sustentabilidade e resiliência do sistema de saúde, buscando não apenas reagir, mas também se antecipar a novas ameaças.
Esse esforço colectivo reforça o compromisso do INS e parceiros em manter Moçambique à frente na luta contra as doenças respiratórias, garantindo que o país esteja preparado para o futuro.
(Por Rafael Langa)