
Até 2030, a capacidade energética será triplicada, impulsionada principalmente pelas fontes solar e eólica. Esta é uma das previsões do Atlas de Energias Renováveis RENMOZ-2025, uma publicação estratégica elaborada e apresentada recentemente pela Associação Moçambicana de Energias Renováveis (AMER), em Maputo.
O atlas compila informações actualizadas sobre os principais projectos, estatísticas e direcções do sector de energias limpas no país. É uma ferramenta de referência para acelerar o acesso universal à energia até 2030.
De acordo com os dados contidos no atlas, Moçambique alcançou, em 2024, uma taxa de electrificação de 61 por cento, marcando um avanço significativo em relação aos anos anteriores. A previsão é que até 2030 a capacidade energética seja triplicada, impulsionada principalmente pelas fontes solar e eólica. Nesse sentido, o início do primeiro parque eólico nacional deverá ocorrer em breve.
Organizado em capítulos temáticos, o RENMOZ-2025 aborda os principais pilares da Estratégia Nacional de Transição Energética, incluindo sistemas solares domésticos, mini-redes, soluções de cozinha limpa e mecanismos de financiamento. Para atingir a meta de acesso total à energia, será necessário instalar aproximadamente 5,6 milhões de sistemas energéticos distribuídos ao longo da próxima década.
O atlas revela ainda que 65 por cento da energia consumida actualmente em Moçambique já é proveniente de fontes renováveis. A estratégia em curso prevê um investimento global de 80 mil milhões de dólares, distribuídos por 14 programas, sendo oito deles considerados prioritários. Para assegurar uma execução coordenada, foi constituído um comité de implementação interinstitucional, com representantes de diversos sectores.
Além de traçar metas e orientar políticas, o RENMOZ-2025 fornece directrizes operacionais detalhadas para o desenvolvimento de projectos no sector, identificando as etapas a seguir e as entidades responsáveis. Em relação às mini-redes, o país conta com mais de 100 sistemas em funcionamento, e novos concursos públicos serão lançados para ampliar a cobertura em áreas actualmente sem ligação à rede nacional.
Na cerimonia de apresentação, Rita Marouço, da Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER), destacou que o atlas vai além de uma simples compilação de dados. Segundo ela, trata-se de uma plataforma estratégica que expressa o compromisso de Moçambique com uma transição energética justa e sustentável, com forte envolvimento do sector privado e de parcerias institucionais.
(Por Renaldo Manhice)