Na Conferência da ONU sobre Biodiversidade (COP16), recentemente realizada em Cali, Colômbia, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) apresentou um cenário alarmante: mais de 16 mil espécies de árvores, essenciais para a saúde do planeta e da humanidade, estão ameaçadas de extinção.
Os principais factores dessa crise ecológica incluem a desflorestação para agricultura intensiva, exploração de madeira, invasão de espécies exóticas e mudanças climáticas.
A UICN alerta que a perda dessas árvores não afecta apenas as plantas e animais que partilham os seus ecossistemas, mas também coloca em risco a saúde humana. As árvores desempenham papéis cruciais nos ciclos do carbono e da água, e sua extinção provoca impactos na produção de alimentos, fornecimento de lenha, qualidade do ar e controle climático.
Espécies como o castanheiro-da-índia e o mogno de folha larga, fundamentais para a medicina e para a indústria, estão entre as mais ameaçadas. Esse impacto é especialmente crítico nas florestas da América do Sul, que abrigam a maior diversidade de árvores do planeta.
Cleos Cunningham, da organização BirdLife International, lembra que as florestas sustentam mais de dois terços das espécies de aves ameaçadas globalmente. Sem ação rápida, comunidades locais e povos indígenas, que dependem diretamente dessas florestas, enfrentarão a perda de seus lares e meios de subsistência.
O relatório reforça a necessidade de um compromisso dos países para proteger 30% do planeta até 2030, conforme estipulado no Acordo de Kunming-Montreal da COP15, e conclui que ações imediatas são essenciais para garantir o futuro das florestas e da vida terrestre.
(Por Rafael Langa)