Inadelso Cossa selecionado para apoio no festival de Berlim

Realizador moçambicano destaca-se internacionalmente | Foto: Perfil Inadelso Cossa LinkedIn

 

O projecto do documentário As noites ainda cheiram a pólvora, do realizador moçambicano Inadelso Cossa, vai receber financiamento para produção de um fundo alemão, no âmbito festival de cinema de Berlim de 2024, revelou a Berlinale.

Cossa, que já tinha participado no programa de talentos do festival de Berlim em 2015, recebe financiamento para um projeto documental que tem como base o impacto da Guerra Civil em Moçambique, que vai ser trabalhado no presente ano.

O seu mais recente projecto do documentário As noites ainda cheiram a pólvora vai receber financiamento para produção de um fundo alemão, no âmbito do Festival de Cinema de Berlim de 2024. O filme em questão, vai receber 25.000 Euros de financiamento para produção, através do Fundo Mundial de Cinema, criado pelo governo alemão, em parceria com o festival de cinema.

As noites ainda cheiram a pólvora é uma coprodução entre Moçambique, Alemanha, França, Noruega, Países Baixos e Portugal e em 2021 o projecto já tinha sido selecionado para o programa “Final Cut” do Festival de Cinema de Veneza.

 

Inadelso Cossa: o cineasta que encanta com o seu talento

Moçambique é uma terra cheia de talentos. Seja no desporto, na música ou cinema, facilmente, podemos encontrar nomes que cada vez mais, tem chamado atenção do mundo e deixando os mais diversos públicos rendidos a Pérola do Índico.

Conheça um pouco mais deste cineasta que tem, cada vez mais, conquistado o mundo com o seu trabalho.

Nascido em Maputo em 1984, Inadelso Cossa é director de cinema, ou seja, um realizador dos mais criativos, produtor moçambicano e fundador da 16mmFILMES, uma empresa independente de cinema e televisão sediada em Moçambique. 

O seu trabalho explora diferentes fases da história de África, particularmente de Moçambique, a partir de uma perspectiva pessoal. Investigando os períodos colonial, pós-colonial, da independência e pós-guerra civil, Cossa considera seu dever documentar o que chama de “actos de memória”.

Foi premiado com o Estação Imagem-Mora como melhor documentário no FIKE - Évora International Short Film Festival, 2013, e prémio do Júri Especial no FFER - Rétif International Ethnographic Film Festival, 2013. 

Seu primeiro documentário de longa-metragem: Uma Memória em Três Actos foi financiado pelo IDFA Bertha Fund e participou do IDFAacademy para consultoria de roteiro e pós-produção. 

Em 2016, o filme foi selecionado para o concurso de primeira aparição no IDFA - International Documentary Festival Amsterdam 2016 e, desde então, participa de festivais como o Festival Internacional de Cinema de Goteborg 2017, o Indielisboa - Festival Internacional do Cinema Independente de Lisboa 2017, o festival internacional de cinema de Durban 2017, o Festival Internacional de Cinema de Direitos Humanos de Nuremberg 2017, o Festival Internacional de Cinema de Zanzibar 2018, entre outros festivais importantes. 

 

Memória em três actos é uma das obras de Inadelso Cossa

 

O filme Uma Memória em Três Actos recebeu ainda a Menção Honrosa do Júri no Festival Internacional do Filme Etnográfico do Recife 2017, Brasil e em 2018 ganhou o Prémio Especial do Júri no Festival Internacional de Cinema de Zanzibar 2018. O prêmio consistiu em uma bolsa para estudar filmes na Academia de Cinema de Baden -Württemberg na Alemanha, apoiado pela Fundação Robert Bosch. 

Em 2018, foi convidado a ser membro do júri do IDFA em um concurso documental de curta duração. O director de cinema está agora trabalhando em seu primeiro projeto de ficção chamado: Karingana - Os mortos não contam histórias e em um documentário chamado As noites ainda cheiram a pólvora. Esse documentário em fase de desenvolvimento já foi selecionado pelo IDFA Bertha Fund e premiado com o bolsa de desenvolvimento na primeira edição do Atlas Workhop 2018, evento do festival internacional de cinema de Marraquexe 2018.

Desde 2020, o realizador Mocambicano integra a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que anualmente atribui os Óscares, compondo a lista de 819 novos membros convidados para aquele ano.

Recorde-se que Inadelso Cossa é um dos talentos que nos enchem de orgulho. Realizador moçambicano, faz parte da lista dos 10 cineastas seleccionados pela Fabrique des cinémas du monde, uma iniciativa do Institut français de Cannes, que apadrinha projectos cinematográficos.

 

Por Cláudia Sainda