Um grito de reforço à inclusão

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Os deficientes gritam. Clamam pela inclusão num mundo caracterizado pela exclusão. E como o grito é já antigo, há já alguns avanços no país concernentes a este quesito. Várias são as políticas públicas inclusivas aprovadas, no entanto, permance o velho dilema de transformá-las em realidade tangível.

Esta foi a tónica das celebrações em Maputo, do 3 de Dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. A efeméride foi proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992 e oficializada pela resolução 47/3 da Assembleia Geral da ONU.

O evento reuniu diversas vozes da sociedade, trazendo à tona as conquistas e os desafios que compõem dos deficientes em Moçambique. Debateu-se a inclusão como uma responsabilidade ética e um imperativo moral.

Na ocasião, Júlio Bule, um dos participantes, resumiu a essência da data com uma observação contundente: “Queremos ser reconhecidos como pessoas com capacidades, não apenas como deficientes”.

Na mesma linha, Alexandre Ponja, presidente do Fórum das Associações Moçambicanas das Pessoas com Deficiência (FAMOD), considera que ainda existem desafios gritantes no contexto de inclusão.

“As instituições devem ser o primeiro exemplo de inclusão. Só assim podemos almejar uma sociedade verdadeiramente equitativa”, defendeu.

Para os participantes, aquela foi uma oportunidade para pressionar as autoridades e sensibilizar a sociedade sobre a urgência de acções concretas. Mais do que memórias emocionantes, o 23 de Dezembro deixou um legado de responsabilidade colectiva. Um dos destaques foi a apresentação de iniciativas voltadas para a capacitação e autonomia das pessoas com deficiência, dentre elas programas de formação digital inclusiva.

Também se destacou um programa que equipa escolas com materiais adaptados para estudantes com necessidades especiais, incluindo recursos em braille.

“A educação é a base da inclusão. Quando oferecemos oportunidades iguais de aprendizagem, criamos um futuro em que todos podem contribuir plenamente para o desenvolvimento do país”, destacou Hélder Massiga representante da AIFO (Associação Italiana Amigos de Raoul Follereau).

(Por Rafael Langa)