NOEL Langa, um dos maiores nomes das artes plásticas de Moçambique, faleceu ontem, aos 86 anos, no Hospital Central de Maputo, vítima de doença.
Nascido em 1938 no distrito de Mandhlhakaze, província de Gaza, Langa cresceu imerso na cerâmica, influenciado por sua mãe, ceramista de profissão. Desde a infância, ao observar sua mãe moldando peças, Langa prometeu seguir o caminho artístico. Em busca de melhores oportunidades, mudou-se para Lourenço Marques, hoje Maputo, e trabalhou em diversos ofícios para se sustentar.
Em 1960, decidiu se dedicar à Pintura Decorativa, iniciando sua trajectória que o consolidaria como um dos maiores artistas plásticos de Moçambique. Sua obra, que mistura tradição e inovação, ganhou reconhecimento internacional. Em 1952, estabeleceu-se no antigo Bairro Indígena, hoje Munhuana, onde se tornou um dos moradores mais emblemáticos da região e um símbolo da comunidade. A sua casa foi por ele transformada num centro cultural, promovendo encontros, exposições e debates.
O legado de Langa está presente em colecções e exposições permanentes, incluindo na sua própria residência. Aldino Languana, presidente do Núcleo d’Arte, destacou o impacto de Langa na formação de novos artistas, afirmando que foi um mentor e figura fundamental para o desenvolvimento da arte no país.
Languana também ressaltou a importância de preservar seu legado como património cultural de Moçambique.
(Por Lucas Muaga)