O escritor moçambicano Mia Couto voltou a fazer história. É o vencedor do Prémio FIL (Feira Internacional do Livro de Guadalajara) de Literatura em Línguas Românicas 2024.
O anúncio foi feito na segunda-feira pelo júri, numa conferência de imprensa, realizada no México. A equipa de avaliadores, constituída por académicos de vários países, nomeadamente Carlos Reis, Graciela Montaldo, Jerónimo Pizarro, Juan Luis Cebrián, Lucía Melgar, Oana Fotache Dubalaru e Vittoria Borsò, decidiu atribuir o prémio por unanimidade.
“Diz tudo quanto ao reconhecimento da obra (de Mia Couto), do que significa literariamente, para a língua portuguesa e para quem escreve literatura nesse subúrbio da língua portuguesa que é Moçambique”, referiu o ensaísta e professor português Carlos Reis, que integrou o júri e a quem coube anunciar o nome do vencedor.
Como vencedor, Mia Couto recebe um prémio de 150 mil dólares (cerca de 9,5 milhões de meticais).
O autor de obras como “Terra Sonâmbula”, “A Varanda do Frangipani” e “O Outro Pé da Sereia” foi escolhido entre 49 autores de 20 países, que escrevem em seis línguas, nomeadamente português, catalão, castelhano, francês, italiano e romeno.
“Este prémio é de grande prestígio internacional, com júri de académicos de vários países do mundo”, reagiu Mia Couto, chutando que “não posso não ficar muito feliz, por saber que esta é uma partilha que eu faço do país a que eu pertenço”.
Mia Couto é, refira-se, uma “máquina” de prémio. Já ganhou, por exemplo, o Camões, o mais relevante da língua portuguesa, e o José Craveirinha, o maior de Moçambique.
