Moçambique no "Beijing+30" em Adis Abeba

Foto: Divulgação

A convite da FEMNET (Rede Africana para o Desenvolvimento e Comunicação das Mulheres), Moçambique esteve representado na Plataforma Beijing+30 - África Regional, que ocorreu recentemente em Adis Abeba, na Etiópia.

O evento, que reuniu vozes de diversas regiões do continente, contou com a participação de organizações moçambicanas como a AMODEFA, representada por Márcia Mandlate, a Jossoal-Manica, com Marlene Nilva, e a Galamukani-Tete, com Felizarda Malene. O tema da conferência foi “Unidos na solidariedade, salvaguardando os nossos ganhos e amplificando as nossas vozes

A iniciativa Beijing+30 celebra quase três décadas de luta pela igualdade de género desde a Plataforma de Acção de Pequim, um marco mundial pelos direitos das mulheres. Organizado pela FEMNET em parceria com ONU Mulheres, União Africana e outras entidades, o encontro em Adis Abeba reforçou a importância de proteger e expandir os avanços alcançados, aspirando a um futuro em que os direitos das mulheres e raparigas sejam realidade concreta e acessível.

Ns primeiros dias do evento, foram discutidos temas-chave para a igualdade de género, como a violência baseada no género, um dos problemas mais graves enfrentados pelas mulheres africanas, que ainda lidam com altos níveis de violência doméstica e práticas tradicionais nocivas.

Outro assunto discutido é a desigualdade educacional. Entende-se que apesar dos avanços, as meninas das zonas rurais enfrentam barreiras de acesso à educação de qualidade.

A plataforma debateu também a participação económica das mulheres, que ainda são sub-representadas em empregos formais e cargos de liderança, enfrentando desigualdade salarial. Na mesma perspectiva, falou-me da autonomia corporal e direitos reprodutivos, focando+se na falta de acesso a serviços de saúde reprodutiva. 

Outro tema levado à mesa de debate é a participação política das mulheres, que são pouco representadas em espaços de decisão e processos políticos. 

Não ficaram de fora o acesso digital e a saúde mental. Entende-se que muitas vezes desconsiderada, a saúde mental de mulheres jovens compromete o seu bem-estar e desenvolvimento.

(Por Márcia Mandlate)