Fundações em todo o mundo estão sendo chamadas a agir contra a fome. Essa foi uma das principais conclusões da conferência “Paradoxo entre Fome e Sistemas de Produção e Consumo Alimentar Insustentáveis”, organizada pela ONG portuguesa APOIAR em Moçambique.
O evento reuniu especialistas e líderes empresariais para discutir a segurança alimentar frente às práticas insustentáveis.
Com apoio do Instituto Camões e moderação de Duarte da Cunha, CEO da GRIFO LDA e Vice-Presidente da Assembleia Geral da APOIAR, o evento destacou a necessidade de soluções inovadoras e colaborações para construir um futuro mais sustentável.
O Embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, enfatizou o papel das fundações e outras organizações na realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para reduzir desigualdades e combater vulnerabilidades sociais. Ele ressaltou a importância de uma atuação conjunta entre governos, sociedade civil e setor privado para promover um desenvolvimento inclusivo, focando em áreas como educação, saúde e igualdade de gênero.
Paulo Oliveira, presidente da Fundação Salimo Abdula, reforçou a necessidade de fundações se envolverem no combate à fome, mobilizando recursos e promovendo políticas de segurança alimentar. Ele também destacou a importância de um planejamento eficiente, com prioridades claras entre os setores para aumentar o impacto das ações.
Bruno Felício partilhou iniciativas de construção de cozinhas e distribuição de refeições, sublinhando o compromisso da sua organização com a responsabilidade social e o apoio às comunidades vulneráveis.
Outros palestrantes trouxeram contribuições importantes: Helena Ribeiro Telles falou sobre desnutrição infantil e desigualdades sociais, enquanto José Lopes Casimiro discutiu a relação entre saúde e fome, com foco na província de Sofala. Edgar Cossa defendeu a alimentação escolar e uma abordagem integrada para combater a fome e apoiar a educação.
A APOIAR, que trabalha com educação, saúde e nutrição, tem promovido a inclusão social e o combate à pobreza em alinhamento com os ODS. Com 22 cozinhas escolares em Moçambique, a ONG distribui mais de 1,5 milhão de refeições por ano, beneficiando cerca de 15 mil pessoas em comunidades carentes.
Esse encontro reforçou a importância da cooperação e do compromisso com práticas sustentáveis para superar o paradoxo entre a fome e os sistemas de produção insustentáveis, visando uma sociedade mais justa e resiliente.
(Por Renaldo Manhice)