Investigadores e cientistas estão empenhados em encontrar soluções técnicas para reduzir a insegurança alimentar aguda em Moçambique, que actualmente afecta 2,79 milhões de pessoas. As projecções indicam que esse número pode subir para 3,26 milhões ainda este ano, caso não haja intervenções efectivas.
Durante a 13ª Conferência da Sociedade Africana de Ciências Agrárias, realizada em Maputo, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Daniel Nivagara, destacou que a insegurança alimentar é impulsionada por factores como mudanças climáticas, conflitos armados e degradação ambiental. Enfatizou a importância das academias no desenvolvimento de soluções científicas que visem alcançar a meta de "fome zero" até 2030.
Nivagara lembrou que o papel da ciência e da tecnologia é fundamental no combate à fome e à desnutrição, citando a "revolução verde" dos anos 1960 como um exemplo de como inovações podem aumentar a produção agrícola e reduzir drasticamente a fome global.
O último relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) revela que cerca de 733 milhões de pessoas no mundo enfrentaram situações de fome em 2023, o que representa uma em cada 11 pessoas globalmente, e uma em cada cinco no continente africano.
Nivagara concluiu que a realização de estudos e debates sobre os sistemas agro-alimentares africanos é crucial para fortalecer a resiliência do país e do continente. Garantir a segurança alimentar e nutricional vai além de uma agricultura robusta e requer sistemas alimentares funcionais em todas as suas etapas.
(Por Mozavibe)