IVETH

Uma das vozes mais sonantes das artes moçambicanas, também activista social, Iveth há mais de 20 anos que canta a sociedade | Foto: DR

Ivete Marlene Rosária Mafundza, mais conhecida por Iveth é uma das mais consagradas cantoras de Rap, em Moçambique. Preocupada com o impacto da mensagem e o papel da música como um factor de transformação social, deu a sua carreira um sentido de missão, a de dar aos outros o que pensar e o que fazer para um Moçambique e um mundo melhor.

Hoje, consolidada na música, o que muitos não sabem é que a sua primeira paixão foi a dança. Como várias raparigas da época, aventurou-se nas danças Xitsuketa, Pop Music, e Pantsula, ritmos musicais que faziam sucesso na época. Ao longo do seu crescimento foi perdendo habilidade para a dança. Mas uma outra estrela nasceu, esta que trazemos numa entrevista em que aprofundamos os caminhos do seu percurso.

Influenciada pelo seu irmão, Patrick, e os amigos que gostavam de Rap, Iveth apaixonou-se por aquele estilo musical. Em 1997, começou a cantar na escola. Fazia músicas com amigos que pertenciam a grupos musicais do seu bairro. A paixão ficou sólida quando conheceu o percurso e as obras da rapper Lauryn Hill, reconhecendo todas as qualidades que ambicionava como artista. Qualidades que a Iveth revelou numa das suas músicas: “Se eu quiser ser cantora, eu quero ser cantora como aquela mulher”.

Cerca de cinco anos depois de começar a fazer Rap, Iveth inicia a carreira musical no grupo The Beat Crew, onde não só aprendeu a fazer rap consciente, mas também, a se envolver em actividades sociais. Em 2007 juntou-se ao grupo Cotonete Records onde editou o seu single Amiga e mais tarde o seu primeiro álbum O convite, em 2010.

O início da carreira não foi fácil, porque o Rap era maioritariamente masculino e existiam muitas vozes que achavam pouco provável uma mulher estar no Hip-Hop e fazê-lo com certa mestria. As provas foram dadas. Iveth quis sempre fazer melhor, não só em estúdio, mas também no palco, apresentando-se, com indumentária de exuberância feminina, e levando mensagens que causavam uma reflexão na sociedade.

As críticas não demoraram para chegar. A música Amiga, que fala da violência apresentou a violência sofrida pelas mulheres, pelo facto de serem mulheres, causou debate. Não era comum as músicas falarem sobre o mal que o homem faz à mulher. Nesse sentido, a cantora cumpria a sua missão, a verdadeira intervenção social.

Iveth é uma mulher de convicções fortes, defensora de causas femininas que não se esconde.

Esta é Iveth: mulher, rapper, docente e jurista; fã incondicional de Paulina ChizianeGraça Machel e Lauryn Hill.

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